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Eu e o Covid

Tenho noção que estes tempos são únicos. Que para sempre saberemos onde estávamos na primavera de 2020, tal como sabemos onde estávamos a 11 de setembro de 2001. É importante que relembremos como estes tempos foram vividos para a posteridade.

Os meus avós conviveram com a fome, os meus pais viveram austeridade extrema dos anos 80, a minha geração terá de se lembrar da quarentena de 2020.

No início senti que isto não me estava a acontecer a mim. Que estava num filme, que não era eu que estava a viver aquela realidade. Como estava em Portugal quando o lockdown foi decretado lá tentei avisar no reino unido. Mesmo a uma semana do acontecimento ninguém queria acreditar. Mandei pessoas para layoff sem saber quando as vou voltar a ver, vi pessoas com medo do que está para vir, mas tive de ser o elo forte. O J. já trabalhava há semanas a partir de casa quando eu finalmente recebi luz verde. E foi nessa altura que o meu mundo desabou. Foi nessa altura que perdi horas da minha vida ao telefone com companhias aéreas, hotéis, agências de viagens a remarcar ou cancelar férias. Se antes sentia que não era eu que estava a viver isto, agora sentia que o mundo todo está nos meus ombros. Um dia, num dia em que um amigo me sentiu menos bem e me mandou uma mensagem em que me disse que precisava de melhorar para ajudar uma amiga que não estava numa fase boa, porque afinal somos irmãs só que de mães diferentes. Foi a gota de água. Chorei tudo o que andava a segurar há semanas. Chorei compulsivamente durante vários minutos. O J. ficou sem chão por me ver assim. Eu sentia-me mesmo a bater no fundo. A família, os amigos, as viagens, os concertos e jantar fora são uma parte ENORME da minha vida e foram-me retirados em menos de 24 horas. Quase tudo o que me faz levantar de manhã não estava lá mais. Demorei a recuperar desse dia. Depois chegou uma terceira fase, em que pensei no positivo. Que tenho o J. ao pé de mim, a família e os amigos a distância de um click e o trabalho que tanto amo. Que tenho a sorte de poder trabalhar alguns dias fora de casa (sou considerada “Key worker”) e que ajuda a quebrar a rotina, que vivo num bairro óptimo que finalmente estou a descobrir. Depois comecei a descobrir a normalidade. Chamadas com a família diárias e mais curtas durante a semana mas mais longas durante o fim de semana. Os amigos que fazem pão e oferecem. As obras que aproveitamos para fazer em casa. As séries de TV que ando a ver. Oscilo entre a sensação de vazio durante o fim de semana e a rotina que tanto gosto durante a semana. Passeios longos a volta do bairro ajudam que o J. saia de casa e se mantenha mentalmente são. Se me tentarem mostrar vantagens deste momento que estamos a viver, para além de ver o J. mais horas não consigo nomear nenhuma. Ainda pesquiso viagens compulsivamente, até para Maio (tão inocente). O meu aniversário é já para o mês que vem e sei que a festa que tinhamos programado provavelmente não vai acontecer.

 

Dia a Dia

Culpa

Sair do país em que nascemos traz muitas coisas boas. Novas oportunidades, novas culturas, novas formas de ver a vida. Mas como todos sabemos também traz muitas coisas más. A família cresce, envelhece, os amigos têm filhos e nós nem sempre estamos cá.

Embora façamos um esforço para estarmos presentes nem sempre sentimos que chegamos lá. Tentamos não falhar a nascimentos, a batizados, a casamentos. Tentamos ver toda a gente mas nem sempre dá. E acima de tudo chega a culpa. Chega devagarinho, instala-se nós espaços que a saudade lhe dá. Faz-nos questionar as nossas escolhas na vida. Faz-nos sentir que se só estamos bem onde não estamos. E se sempre me senti segura sobre as escolhas de vida que fiz, também tenho direito a questiona-las. Em refletir no meu plano de vida.

E não, não vamos regressar a Portugal. Gostamos da vida que construímos, da carreira que temos, dos amigos que temos no reino unido. E embora saiba que nem sempre posso estar lá para todos também sei que na verdade o que vivemos quando vamos a Portugal não é a verdade. As pessoas muitas vezes só se juntam quando nós lá vamos. A família tem a sua rotina e mais do que fazer do que jantarmos todos os dias.

Mas as vezes gostava de estar mais para eles… Ver as amigas grávidas mais uma vez antes de terem os filhos. Dar mais um beijo nos sobrinhos. Acompanhar mais a irmã e o pai nas consultas. Ver a avó e os primos mais vezes…

As vezes dói regressar e hoje foi um desses dias…

Dia a Dia

A minha irma

A minha irma faz hoje 20 anos… Ok, nao sao 20, mas nao estou autorizada a dizer quantos sao! Digamos que sao  20 mais IVA, IRS, IMI e mais uns quantos!

A minha irma e’ a pessoa mais parecida e mais diferente de mim. E’ com quem eu conto para o primeiro abraco e para o primeiro ralhete. Nao tem medo de me dizer o que pensa sobre a minha vida, as minhas escolhas. Doa a quem doer! Diz-me muitas vezes que lhe faço falta e eu nao lhe digo suficientes!

A minha irma ensinou-me as primeiras letras e deu-me o meu primeiro (e quase ultimo) cigarro! Ensinou-me os caminhos certos da vida, e foi sempre a frente a abrir caminho. Foi minha mae, minha enfermeira, minha psicologa e minha tarologa. Soube sempre desde cedo que eu iria longe.

Hoje deveriamos estar juntas a celebrar mas o estupido do corona tirou-nos essa possibilidade! Mas eu sei que tu sentes o meu amor mesmo a 1500km de distancia!

Muitos parabens minha mana boa!

Foto mais recente das irmãs
Ultima foto juntas em Fevereiro 2020
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As irmas na minha despedida de solteira!
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Quando eu e a minha irma ligamos uma a outra e descobrimos que estamos a usar a mesma cor!
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A minha irma liga-me sempre para cantar os parabens a familia!
Viagens

Como tirar a Carta de Conducao Internacional?

Quando decidimos ir a Jordania percebemos rapidamente que preferiamos alugar carro. O que nao sabiamos (por ingenidade) era que necessitavamos de tirar a carta internacional, foi o meu amigo A. que me avisou. Depois de uma pesquisa rapida percebemos que tinhamos duas hipoteses para a tirar: no IMT ou no ACP (Automovel Clube de Portugal). Como o IMT e’ conhecido por ter filas interminaveis (ou pelo menos e’ o que eu acho), acabamos por preferir fazer no ACT. Em Coimbra existe uma no Alma Shopping, que fica super perto de casa do meu pai, pelo que nao hesitamos.

Para fazer a Carta de Conducao Internacional apenas necessita de apresentar o Cartao do Cidadao, a Carta de Conducao, o Numero de Contribuinte e duas fotografias tipo passe.

Se for ao IMT custara 30 euros e se for ao ACP e nao for socio custara 46 euros (se for socio custa 30 euros). No nosso caso o documento ficou pronto no dia seguinte, super conveniente.

Infelizmente este documento so dura um ano, o que e’uma chatice!

 

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Porque é que só mostras as partes bonitas das vida?

No outro dia alguém me disse que tinha “inveja” da minha vida. Que era perfeita, que tudo me corria bem.

A verdade é que a minha vida é normal, tal como qualquer uma das vossas. Juro que a louça suja que ficou na pia de manhã está lá quando eu chego (vá, nem sempre porque o J. ou a nossa salvadora A. a põem na máquina às vezes).

E então o que é que eu faço para a minha vida ser tão fantástica? Basicamente a minha filosofia de vida acenta empresas 3 pilares:

1) Eu amo mudança! Quando algo me incomoda eu mudo, sem problemas. Se algo na minha vida não está a correr como eu quero, se me provoca dor ou desconforto, eu removi da minha vida. Mudo de casa, de emprego, de país. Já me afastei de amigos porque achei que me traziam mais coisas boas do que más (sem dramas porque se tivermos de voltar a ficar próximos ficamos!), já mudamos de casa várias vezes, já mudei de emprego, já tivemos de procurar ajuda em casa porque percebemos que tratar da casa é algo que ODIAMOS e vivemos bem com isso, já cancelamos viagens porque sentimos que não queríamos ir. Dá para perceber, certo?

2) Tempo para mim! As minhas escolhas de vida fazem com que eu tenha tempo para investir em mim. A escolha de não ter filhos fez com que não exista uma pressão de horários, possa investir em desenvolvimento pessoal e profissional, e isso dá-me um prazer do outro mundo. As pessoas à minha volta que vejo mais tristes e frustradas não investem, na grande maioria, em si mesmas. A felicidade depende principalmente de nós mesmos, se dependermos de outra pessoa para sermos felizes essa pessoa vai falhar porque ela tem a sua própria vida e os seus objetivos!

3) Positividade! Se há pessoa que não acredita em energias, correntes, espiritualidade e cenas assim sou eu. No entanto acredito em mentalização. E mentalização não é nada mais nada menos (para mim claro!) do que pensar que coisas positivas vão trazer outras também positivas. Não porque o universo, as fadas ou as energias nos tragam isso, mas sim porque ao focarmos apenas em coisas positivas que nos aconteceram ou que queremos, vai fazer com que as coisas menos boas se relativizem! Se algo menos positivo acontece passem a frente rapidamente, é muito mais fácil!

Houve alturas (raras) da minha vida que mostrei, naquele a que chamo de o lado público da minha vida privada, momentos menos bons. No meu Instagram já desabafei que tive momentos da minha vida menos positivos e o mundo ficou em choque… Perguntaram porque não pedi ajuda, porque não lhes liguei… Simples, porque me foquei em resolver o problema e não em ficar triste.

Aqui ficam os meus três pilares para ser feliz: gostar de mudança (para mudar o que incomoda), investir em mim (para conseguir ser feliz de dentro para fora) e positividade (para mandar os momentos menos bons para longe).

Viagens

Cancelamento de viagem com a Wizz Air

Nao tarda estao a pedir-me para voltar a fazer posts de viagens. Se preferirem que volte a falar de viagens digam, nao me importo nada!

Recentemente cancelaram-nos um voo para Portugal com a Wizz Air. Este voo seria para comemorar com a minha irma os seus 20 anos (cof! cof!). Uma vez mais o estupido do corona tirou-nos essa possibilidade… Mas nao se preocupem, quando isto acabar vou tirar a barriga de miserias de todas os espectaculos de teatro que perdi, todas as viagens que nao fiz, mas acima de tudo, de todos os abracos que ficaram por dar.

Com a Wizz Air tem duas opcoes: ficar com o dinheiro em credito, recebendo assim mais 20% do valor pago, ou pedir a restituicao do dinheiro na mesma forma de pagamento.

Para pedir o reembolso do valor tem primeiro de pedir o reembolso em credito e posteriormente em dinheiro. Em baixo fica uma explicacao que na altura nos enviaram.

Capture

#staysafe

Dia a Dia

Parar e pensar…

Já disse algures por aqui que sinto que quando viajo me reconecto com o J. Sei que não tendo filhos isto não faz grande sentido mas a rotina e a nossa agenda super preenchida faz com que não tenhamos muitos momentos relaxados em que temos tempo para conversar a olhar um para o outro durante horas. Ultimamente por motivos profissionais estes momentos são ainda mais raros e dou por mim a suspirar por férias. Não férias para entrar num avião, porque essas felizmente estamos a ter, mas daquelas que estamos só os dois durante dias a fio. Que durante horas sem fim só abrimos a boca para falar um com o outro, em que discutimos planos para o futuro. Lembro-me que em 2019 tivemos uma conversa muito profunda sobre poupanças e objetivos a curto e médio prazo de investimentos no Mónaco, decidimos que iriamos continuar a apostar nas nossas carreiras nos próximos anos numa viagem que fizemos à Alemanha, e foi na Ásia que percebemos o quão apaixonados somos um pelo outro passado estes anos todos. Sei que parece cliché mas a rotina não nos permite parar e pensar. Perceber o que vai na alma do outro, sem aquelas camadas de cansaço, com a cabeça limpa. Para nós as viagens são como terapia de casal. O que não gastamos em terapia de casal gastamos em jantares a meio da semana, viagens os dois e no nosso anjo da guarda que nos organiza a vida e a casa. São a santíssima trindade que precisamos para encontrar o balanço certo da vida. São os luxos, que para nós são como pão para a boca, que nos fazem sentir que tudo vale a pena!

Nota: este post foi escrito há mais de meio ano e a ironia é que não podemos viajar neste momento. Várias pessoas me perguntam como estou a lidar e com toda a franqueza nada bem! Não pelas férias perdidas em si, temos de ser altruístas e pensar no bem do mundo, mas sim porque me sinto perdida sem a minha cenoura a frente do burro. É uma questão de ajuste, claro!