Dia a Dia

Ver a vida por um ecrã

Sou mega viciada em tecnologia. Ter sido introduzida ao mundos dos computadores ainda antes de ter entrado na escola e ter um pai geek fez com que sempre tivesse tendência para ser dependente de tecnologia. Nem vou dizer com que idade tive o meu computador, portátil, tablet, telemóvel porque seria vergonhoso e mais uma prova que o meu pai sempre me mimou muito (obrigada papá!!). Com o passar dos anos fiquei agarradissima em especial ao meu telemóvel. Tenho dificuldade em estar sozinha se não for agarrada a este dispositivo, sinto-me esquisita sem ele, vai comigo para todo o lado. O medo de perder algum momento é tal que olhar para o telemóvel é a última coisa que faço antes de dormir e a primeira depois de acordar.

No entanto há limites. Quando estamos com a nossa cara metade, familia, amigos… Quando vamos a um concerto, opera, bailado… Se quanto ao primeiro cenário não é preciso dar explicações e também eu já fiz muito isso, no segundo não conseguem imaginar a raiva que tenho. No sábado passado fui a um concerto e à minha frente estava uma tipa que não parava de publicar cenas no Instagram. Uma foto, um vídeo ou outro ok, mas constantemente??? Alguma vez pensaram que o brilho do vosso telemóvel pode estar a incomodar a pessoa atrás de vocês, desconcentrar, arruinar a experiência? Pois… Por isso a próxima vez que estiverem num concerto ou mesmo em família estejam presentes de corpo e mente. Da minha parte prometo fazer o mesmo esforço, combinado?

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#adoptdontshop

Não sei se ja surgiu por aqui o facto que termos um gato. Na verdade uma gata, a Shelly. Se me seguem no Instagram ja se depararam com este facto certamente. Se ainda nao seguem sao um ovo podre.

A Shelly na verdade e’ a nossa segunda gata. Adotamos a primeira, a Penny, ha oito anos atras. Na altura que mudamos para o Reino Unido a V. ficou temporariamente com ela, mas o temporario virou demasiado tempo e ela pediu para nao a levarmos mais. Mais do que justo e na verdade, nao ha quem cuide melhor da Penny do que a V e o N. Assim, nasceu a vontade de ter outro gato. E passamos por um longo e penoso processo no Reino Unido para conseguirmos adotar. Varios telefonemas, uma inspecao a casa, formularios, etc. Mas foi assim que a Shelly se juntou a nossa familia. A Shelly veio direta da Romenia para nossa casa. Estranho? Pois, bem sei, mas neste país existem imensos animais a espera de uma casa. É suposto tambem existirem imensos animais a espera de um lar no Reino Unido mas na verdade acabamos por decidir pela World Animal Friends Rehomed que resgata animais na Grecia, Romenia, Chipre, Egipto, so para mencionar alguns. A maioria dos animais resgatados tem algum tipo de deficiencia, motora ou fisica. A Shelly tem uma pequena reducao visual, que nao tem impacto quase nenhum na vida dela.

Mas adotar um gato de rua nao e’ facil, principalmente quando o fazem com gatos adultos. Preparem-se para varios dias em que mal o vao ver. Semanas que nao toleram a vossa companhia ou que aceitem festinhas. Sao avancos e recuos. Mas ha um dia que eles percebem que a nossa casa e’ o lar deles, que nos nao somos o inimigo. E tornam-se doceis, agradecidos. Ficam felizes quando chegam a casa.

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Muita gente pergunta como fazemos, uma vez que viajamos tanto. E’ simples, em viagens curtas pedimos a amigos para virem ca. Em viagens grandes, ou quando nenhum dos nossos amigos esta por perto contratamos uma cat sitter, que todos os dias passa uma hora com ela, a brincar, dar festinhas, alimentar, tratar da areia. Se viverem na mesma zona que eu mandem mensagem que eu passo o contacto.

Penny, adotada em 2010 atraves da Agir pelos animais

Shelly, adotada em 2016 atraves da World Animal Friends Rehomed

O processo adopcao foi penoso eu quase desisti de adoptar e estava pronta para comprar. Não quero entrar em pormenores mas digamos que se pata ter filhos as pessoas passassem por este processo não existiriam nem metade dos problemas que vemos em famílias. No entanto uma colega minha ao ver o meu desespero encaminhou-me para esta organização e foram fantásticos. Po isso por favor nao comprem animais, adotem!

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(E) migração

Ainda hoje não consigo dizer bem porque decidimos sair do país. Talvez para a minha geração mudar de país é como mudar de cidade. E sinceramente já não me recordo se custou muito ou não.

A palavra emigrante, que faco questao de usar em vez de expatriado (que segundo o dicionário quer dizer o mesmo mas tem um estigma social bem menos pesado), ficará para sempre associada a mim. Se é verdade que não fiz parte da geração que deu o salto, que emigrou sem perspectivas de futuro, que viveu em condições miseráveis para depois vir em agosto num mercedes, a verdade é que não temos neste momento noção do impacto socioeconomico que a emigração de cérebros causou e vai ainda causar a Portugal.

A minha geração emigrou com emprego (não foi o meu caso, eu emigrei para acompanhar o sonho do J), com salários competitivos, para trabalhar nas melhores empresas do mundo. Batemo-nos taco a taco com os nativos pelas melhores vagas, pelos melhores salários. Estamos integrados na sociedade, de igual para igual. Temos amigos ingleses, escoceses, moldavos, espanhois, irlandeses. Vivemos num melting pot. O nosso portugues em casa já e preguiçoso, mistura o inglês com o português. Mas fora da nossa casa falamos um português corretíssimo, sem sotaque. Ouvimos tanto a BBC como a rádio comercial, porque queremos saber o que se ouve cá. Viajamos para Portugal cerca de 6 vezes por ano, chegando a ver a família e os amigos mais vezes do que quando cá vivíamos. Sabemos das gravidezes e dos noivados por WhatsApp mas não faltamos a um casamento e visitamos os novos rebentos.

Este é o retrato do novo emigrante, que na verdade é só um amigo que vive mais longe.

Como amo a globalização….

Viagens

Como organizar a mala – exemplo pratico

Já não e’ um assunto novo mas e’ algo que me pedem mais exemplos mia práticos. Quando descobrem que viajo quase exclusivamente com mala de mão no ano inteiro e que me arrependo a maior parte das vezes que levo para de porao cria-se uma espécie de burburinho.

Antes de tudo aqui vai um resumo.

Já falei sobre que mala escolher (2 ou 4 rodas, rigida ou mole), como levar liquidos (parte 1 e parte 2), a politica de malas das companhias aereas (que convem sempre pesquisar porque alteram mais vezes do que pensam…), como viajar com mala de mao em 4 dias, dicas para viajar mais leve, esta na altura de mostrar um caso real. Esta mala foi feita para ir para a Salzuburgo em 2018. Embora so tenhamos passado uma noite na Austria esta mala foi pensada em duas noites porque dormimos na noite anterior em casa dos primos do J. A previsao de temperatura era de frio, vento e chuva, uma das piores que podemos ter para fazer malas, porque implica levar varias camadas de roupa grossa.

  1. Escolher o que se vai vestir e fotografar – nao faz sentido levar meio guarda roupa. Decida ja a partida o que vai vestir. E fotografe para nao se esquecer! Nao precisa de ser uma foto mega profissional, so o suficiente para nao se esquecer da combinacao
  2. Escolha a roupa interior e coloque numa bolsa – cueca, meia, meia calca, camisola interior, sotien, coloque TUDO numa bolsa so para ser mais facil encontrar. Se couber coloque tambem o pijama! Nao tem bolsas organizadoras? Nao se preocupe, utilize outra bolsa qualquer que tenha fecho. Em baixo vai um exemplo bom. Esta bolsa nao e’ de nenhum conjunto mega especial, veio com um corta vento salvo o erro e uso muito para arrumar roupa interior20181205_183519.jpg
  3. Coloque protecoes no calcado. Costuma esfregar as solas dos sapatos nas camisolas? Pois, nao e’ agora que o tem de começar a fazer. Eu guardo as toucas descartáveis que dão nos hotéis para proteger as solas dos sapatos em viagem. Nao tem? Nao ha desculpa, por cerca de 3 euros pode comprar 100!
  4. Comece a arrumar a mala. Do lado esquerdo (ou direito, e’ igual!!) coloque toda a roupa dobrada com o método Marie Kondo. Coloque peca a peca de forma a conseguir espremer a roupa para conseguir colocar tudo. Neste caso estão dois pares de calças de ganga, tres camisas, duas camisolas de la bem grossas e um pijama (calcas e camisola). Se fosse uma viagem para um sítio mais quente caberiam ainda mais pecas!20181205_183512
  5. Do outro lado da mala (lado direito no meu caso) comece por colocar a bolsa da roupa interior e os sapatos. Neste caso levo umas botas de cano alto que ocupam muito espaço. Depois coloque os extra, no meu caso cachecol, luvas, cinto, power bank, baterias extra para maquina fotografica.20181205_183519
  6. Do lado da rede coloque os medicamentos, os liquidos, escova de dentes, lencos. escova do cabelo20181205_183536.jpg
  7. Neste caso a mala de mao nao vai comigo por isso separei os objetos de valor (passaporte, dinheiro, cartoes, cabos, carregador, maquina fotografica) para uma mochila de costas que vai comigo no avião.

E pronto, a sua mala esta pronta!

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Em media nao demoro mais do que 20 minutos para fazer uma mala. Esta super interiorizado, e’ quase mecanico!

Viagens

Massada e o Mar Morto

Jamais arriscaria ir sozinha. Quando fui as coisas não estavam muito estáveis entre Israel e a Palestina e para chegar ao Mar Morto sabia que tinha de ir a Palestina. Assim sendo reservei uma visita através do viator. Na altura nao percebi bem porque e’ que nao havia visitas ao Mar Morto sozinhas, todas tinham Massada incluidas. Achei que seria pouco tempo no Mar Morto, que me iria arrepender. Mas nao, as empresas tem razao. Ninguem aguenta muito tempo no Mar Morto, ainda pior neste dia em que estavam 48 graus. Sim, QUARENTA E OITO GRAUS!!

A visita que fiz comeca por Massada. Esta cidade em ruinas fica localizada no cimo de um planalto, cujo acesso, antes de ser construido o teleferico era apenas feito por uma estrada que serpenteia a montanha. A localicazao desta cidade mostra o quao a seguranca era importante na altura da construcao. A primeira ocupacao do local foi feita pelo rei Herodes, que aproveitou as caracteristicas do local para cosntruir um palacio. No entanto, a historia mais conhecida deste local e’ o cerco de Massada. A cidade foi atacada no ano 70 pelos romanos, que construiram uma enorme rampa pelo lado oeste e conseguiram tomar de assalto a cidade. No entanto, os rebeldes que habitavam este local fizeram um suicidio em massa apenas para nao serem capturados.

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De seguida paramos num resort junto ao Mar Morto, onde podemos experienciar este local unico no seu esplendor. O Mart Morto recebeu este nome porque a sua concentracao de sal e’ tao grande (10 vezes maior do que no oceano) que faz com que nao seja possivel nenhum animal sobreviver neste meio. Se algum peixe desagua do Rio Jordao (que alimenta este mar) morrera imediatamente. Se um ser humano beber um copo de agua deste mar o mais certo e’ passar desta para melhor (ou pior!!). Em 60 anos (entre 1954 e 2014)o Mart Morto perdeu cerca de 35% da sua superficie, devido ao aumento de captacao de aguas do Rio Jordao pela Jordania e Israel, uma vez que e’ a unica fonte de captacao de agua doce da regiao, e pela extraccao descontrolada de potassio pelas industrias que se instalaram nas margens deste mar nas decadas de 40 e 50. Devido ao desaparecimento das aguas do Mar Morto, e’ aqui que se situa o desnivel mais baixo da terra a superficie. Em 2014 este desnivel ja era de 427 metros.

E agora a experiencia. Nao esperem dar um mergulho neste mar para refrescar. A temperatura da agua era de mais de 30 graus no dia em que visitei. Depois se tiverem o azar de entrar uma micro gota nos olhos preparem-se para arder MUITO! Mas se compensou? Sem duvida! A sensacao de flutuar no mar morto, fazer uma mascara com lama do mar morto foi unica!!

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No total paguei £69/€77.58 e marquei aqui.

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Yad Vashem

Um dos meus escritores preferidos (Daniel Silva) tem uma colecao de livros sobre um espiao Israelita, Gabriel. Varias vezes durante os livros encontrei referencias ao museu Yad Vashem, pelo que sabia que o queria visitar quando fosse a Israel.

Este museu dedica-se a homenagear todas as vitimas do Holocausto. Estima-se que cerca de 6 milhoes de judeus foi extrerminados em campos de concentracao e impunha-se esta homenagem do estado de Israel.

Este espaco que conta com cerca de 18 hectares inclui o museu de historia do holocausto, o memorial das criancas, a sala da memoria, o museu de arte do holocausto, esculturas, uma sinagoga entre muitos outros espacos que merecem uma visita. Calce algo confortavel e conte com pelo menos uma tarde para visitar este museu.

Antes de entrar lembre-se do quao cruel o holocausto foi. Prepare-se para ser chocado com imagens, videos e relatos de quem ficou para contar a historia. Prepare-se para ver descendentes de sobreviventes chorarem, e nao se admire se deitar uma lagrima ou outra. Nao aconselho de todo que leve criancas para este espaco.

O edificio do museu da historia do holocausto foi construido em forma de prisma triangular. Tem 180 metros de comprimento e a maioria do espaco e’ subterraneo. Os 180 metros de comprimento rasgam a montanha e dao natural ao corredor central.

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Imagem retirada daqui
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Imagem retirada daqui

 

Horario de Abertura

Domingo a Quarta: 08:30-17:00

Quinta:  8:30-20:00

Sexta e vespera de feriado: 08:30-14:00

Fechado ao sabado e em feriados judaicos

Entrada gratuita

 

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Jerusalem – Monte das Oliveiras

Por norma não costumo fazer tantos tours numa viagem só. E’ a limitação das horas, pelo custo e porque gosto de visitar mais independente. Mas o calor e o facto de estar sozinha fez com que decidisse fazer esta tour com a mesma empresa com quem fiz a Free Tour. E tenho noção que neste caso foi muito importante fazer esta visita acompanhada por pessoas que puderam explicar o quão importante e ligada a vida de Jesus esta montanha.

O início da visita começa com uma boleia ate ao topo do Monte das Oliveiras. E e’ muito bem-vinda, especialmente quando a caminhada ate ao topo do monte e’ tão íngreme e estava tanto calor!

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O primeiro ponto da visita foi a Igreja da Ascensão. Tal como o nome indica e’ aqui que se pensa que Jesus Cristo pisou pela última vez a terra e ascendeu ao céu. A igreja foi construída a volta da “pegada” de Jesus Cristo. Uma vez que Jesus e’ também uma figura importante na história islâmica não será de estranhar que na verdade esta igreja está entregue há muitos séculos aos cuidados de uma família islâmica.

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Imagem retirada daqui

O ponto seguinte foi a Igreja do Pai Nosso. Não e’ difícil perceber que foi neste espaço que, segundo a lenda, Jesus ensinou os apóstolos a rezar o Pai Nosso. Para além da gruta onde se julga que este episódio tenha acontecido, o interessante de ver neste espaço são as centenas de azulejos onde se podem ver esta oração em centenas de dialetos e línguas que se podem encontrar no mundo todo.

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O Cemitério Judeu, e’ sem dúvida, o ponto central desta visita. Segundo a crença judaica (e muçulmana) o Dia do Juízo Final irá acontecer aqui, e como tal o cemitério Judeu no monte das Oliveiras e’ disputado por judeus e muitos pagam muitos milhares de euros por um espaço aqui. Outro facto interessante e’ que não irão encontrar muitas flores neste cemitério (se e’ que alguma!). No entanto irão encontrar pedras em cima dos túmulos. Isto acontece porque as pedras são consideradas duradouras e, como tal, a homenagem que os familiares e amigos querem prestar aquela pessoa.

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A descida pelo monte continua com uma visita a Igreja Dominus Flevit. Esta igreja foi construída no local onde se acredita que Jesus teve uma premonição que Jerusalem seria destruída. A visão que se tem nesta igreja sobre a cidade velha e’ fantástica!

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Embora não faça parte da visita passará pela Igreja Ortodoxa Russa (Igreja de Maria Madalena). Esta igreja de cúpulas douradas e’ lindíssima e merece uma visita, no entanto tem horários super restritos. Quando visitei Jerusalém estava aberta a visitas as Terças e Quintas entre as 10 e o meio dia.

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O último ponto da visita e’ a Igreja de Todas as Nações. A ligação entre esta igreja e a vida de Jesus e’ que e’ aqui que este rezou pela ultima vez antes de ser preso. O jardim de Oliveiras desta igreja também e’ fantástico pois estima-se que existam oliveiras com mais de 2000 anos aqui! A igreja em si também merece uma visita, principalmente pelo seu tecto único, cujo objectivo e’ representar a noite em que Jesus rezou pela última vez neste mesmo local.

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Imagem retirada daqui

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Jerusalem – Cidade Velha

Jersusalem foi das cidades pela qual mais me apaixonei. Nao foi uma paixao rapida, subita, mas sim um sentimento de inquietude que se instalou ca dentro e que a cada diz mal podia esperar o nascer do sol para continuar a descoberta da cidade.

Sou sincera, escrever sobre Jerusalem nao e’ facil. Ainda me comovo quando penso na viagem. A minha vontade e’ dizer “andem muito para descobrir!” mas correm o risco de perder algum ponto importante, por isso o meu conselho e’ que comecem por fazer uma tour. No meu caso fiz duas: a free tour e a tour pelo monte das Oliveiras. Ambas foram imprescindiveis para que sentisse que de facto estava a aprender realmente a historia da cidade.

Mas comecemos pelo inicio. A cidade velha de Jerusalem esta dividida em quatro bairros: Bairro Judeu, Muculmano, Cristao e Armenio. Cada um destes tem caracteristicas muito unicas e existem pessoas que vivem nestes bairros que passam dias (semanas, meses!) sem sair deles. E’ aqui que vao a escola, trabalham, vao a igreja (ou a sinagoga, ou a mesquita), fazem as suas compras, passam os seus momentos de lazer. E’ importante visitar os quatro para perceber as suas caracteristicas unicas.

Mais cedo ou mais tarde ira certamente passar pela porta de Jaffa. Esta e’ uma das 8 entradas para a cidade velha mas sem duvida a mais conhecida. E’ aqui que encontrara a torre de David.

Siga depois para a Igreja do Santo Sepulcro. E’ aqui que, segundo a historia, Jesus foi sepultado e cruxificado. O fervor dentro desta igreja e’ dos maiores que ja vi no mundo. Verti umas lagrimas aqui dentro, nao minto. Varios grupos cristaos controlam partes da igreja incluindo catolicos, gregos, armenios, russos e existem missas de forma regular la dentro. Uma vez que a igreja e’ partilhada entre varias confissoes a chave desta igreja e’ guardada pela mesma familia muculmana a seculos. Outro facto engracado e’ a existencia de uma escada na fachada da igreja. Esta escada e’ o simbolo do “statos quo”. Foi colocado na fachada na primeira metade do seculo XIX, no entanto nao se sabe por quem, nem muito menos a que faccao da igreja pertence. Assim, como nao existe entendimento sobre a quem pertence, ninguem se atreve a mexer-lhe, sob pena de alterar a ordem e paz que reina nesta igreja.

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Nao se esquecam de percorrer a Via Dolorosa. Esta rua, que comeca na Porta do leao e percorre toda a parte ocidental da cidade velha, termina na Igreja de Santo Sepulcro. De acordo com a tradição, foi o caminho que Jesus carregou a cruz. A rua possui nove das catorze pontes. Os ultimos cinco estao dentro da Igreja do Santo Sepulcro.

Bem perto podem encontrar a porta de Damasco. Esta que e’ a porta mais antiga de entrada na cidade fazia a ligacao a famosa “estrada de Damasco”.

Nao se esquecam de reservar tempo para os Souks. E’ aqui que vao encontrar a verdadeira essencia de Jerusalem. E e’ aqui que vao encontrar tudo o que podem imaginar: de especiarias a bacias, de tunicas a roupa interior, de tamaras a pizza! Em todos os bairros ha um denominador comum, sao um bocado chatos! Eu so fiz compras nos espacos que nao me chatearam, nao tenho paciencia nenhuma!

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O ponto central da cidade velha, para mim foi sem duvida o muro das lamentacoes. Passei por ali diversas vezes, de dia e de noite. Vi pedidos de casamento, Bar Mitzva, muito choro, muita reza. E sim, tambem meti la o meu papel. O muro das lamentacoes e’ o segundo local mais religioso para os judeus. Segundo a historia, esta parede e’ o unico vestigio do templo de Herodes.

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Por fim e’ importante falar na cupula da Rocha. Esta mesquita que fica colada ao muro das lamentacoes e’ mais uma prova como estas religioes tem de partilhar um espaco tao pequeno e como e’ dificil manter a harmonia neste espaco. E’ dificil dizer quando esta aberta. Segundo as pesquisas que fiz so esta aberta de 2ª a 5ª feira, e apenas entre 13:30 e 15:00.

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Isto nao e’ uma lista exaustiva, ha muito mais para ver na cidade velha. Desde as ruinas do Cardo, as igrejas escondidas, sinagogas, varandas que tem uma vista fantastica sobre o muro das lamentacoes, existe muito mais do que visitar apenas os pontos marcados no mapa.

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10 anos de Londres

Fez ontem 10 anos que embarquei num voo para Londres… E esquisito pensar porque a Joana de há 10 anos atrás não tem muito a ver com a Joana de hoje… Ou se calhar a Joana de hoje já estava lá mas ainda precisava de ser descoberta…

Foi a minha primeira viagem sem a família. Foi a minha primeira viagem de avião (apesar de o ter escondido durante muito tempo). Foi a primeira cidade pela qual me apaixonei mesmo a serio.

Esta viagem marcou-me para a vida toda. Foi nesta viagem que percebi que viajar estava ao alcance de qualquer pessoa. Que o mundo era demasiado grande, que a vida pode ser fantástica, que não temos de nascer e morrer no mesmo sítio, que somos filhos do mundo e não dos nossos pais.

10 anos depois existe outra Joana. Que cresceu, mudou, arriscou e é tão feliz. Tenho a certeza que a Joana de ha 10 anos atrás estaria muito orgulhosa desta!

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Foto tirada há 10 anos atrás junto a St Pauls. A camisola, o casaco e o livro ainda existem. A Joana também, mas em versão melhorada!

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Israel – impressoes

Se existem viagens com história, a minha viagem a Israel e’ sem dúvidas uma delas.

Esta viagem não estava de todo nos planos. Mas a empresa do J. pediu-lhe que fosse a Israel uma semana para uma formação e eu colei-me. Mas a última da hora a formação foi alterada e o meu voo não era reembolsável. O que fazer? Pois fui sozinha! Nao disse a família (o meu pai teria tido um ataque cardíaco no mínimo), mantive o registo nas redes sociais apenas no Instagram (nem a minha irmã nem o meu pai tinham na altura) e fui! Não fiquei num hotel tão espectacular como o que a empresa do J. tinha marcado, não sai a noite sozinha (com exceção do Shabat onde fui com umas raparigas que conheci na visita guiada), tomei cuidados extra mas fui. Nao me arrependi de todo!

Israel foi muito mais do que eu estava a espera. Mexeu comigo espiritualmente, tornou-me mais próxima do passado e do caminho que cada religião teve.

Se foi perigoso? Sim e nao. Não, na maior parte do tempo não senti que estava numa região permanentemente em guerra. Sim, vi um tipo quase ser assaltado, fiquei encurralada entre manifestantes e a polícia, não apreciei ter andado por ruas desertas a noite. Mas sobrevivi, sem um único arranhão e estou aqui para contar a história.

Um pequeno problema, nao encontro as fotos dessa viagem. Nao faco ideia onde as pus, nao estao nos locais habituais. Por isso estes posts vao ter apenas fotos que publiquei no Instagram na altura.

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